terça-feira, 14 de outubro de 2008

Açorda à alentejana (receta para españoles)

Esta es una receta típica en la región en la que vivo, el Alentejo. En mi idea de que las diferentes cocinas ibéricas puedan ser conocidas más allá de su ámbito natural, ofrezco en el mensaje de hoy esta receta en español o castellano para que nuestros hermanos puedan lanzarse a realizar experimentos culinarios sin que la barrera idiomática sea un problema.

La açorda es, en la cocina portuguesa, básicamente una sopa hecha con pan y huevo. En el Alentejo, la açorda à alentejana se hace con ingredientes como el cilantro, el pan, el huevo, la sal y el ajo. Es una receta sencilla pero al mismo tiempo sabrosa y consistente. La preparación es como sigue:

Ingredientes (para 4 personas):

- Un manojo de cilantro (preferentemente) o uno pequeño de poleo o una mezcla de ambos.
- 2 a 4 dientes de ajo.
-1 cucharada sopera de sal gruesa bien llena.
-4 cucharadas soperas de aceite de oliva.
-1,5 litros de agua hirviendo.
-400 grs. de pan casero duro.
-4 huevos.

Se pisa en un mortero el cilantro, reduciéndolo a papilla, junto con los dientes de ajo, a los que previamente se les habrá retirado el brote que contienen en su interior, y la sal gruesa.

Se echa esta papilla preferentemente en una cazuela, se riega con el aceite y con el agua hirviendo que provendrá del agua donde se han escalfado previamente los huevos. Se remueve la açorda con una rebanada de pan grande, con la que se prueba la sopa. Esta sopa recibe el nombre de sopa «azeiteira» o sopa «maestra».

Se introduce después el pan, cortado a su gusto, en rebanadas, cubos o partido a mano. Después puede taparse o no, según las preferencias, es decir, según guste el pan: duro, o reblandecido por el caldo. Los huevos escalfados se echan sobre la cazuela o el plato o bien encima de las papas de pan. Eso va también en gustos.

Este plato tiene sus variantes y diferentes formas de comerlo según la estación. Hay quien aproveche el agua del bacalao o de la merluza cocida. Otros la acompañan con aceitunas. Y hay quien come la açorda con sardinas asadas o fritas o con tiras de pimiento, higos o uvas blancas de mesa.

Sea como fuere, atrévase a hacerlo en su casa. Es bien sencillo, pruébelo y, sobre todo...,

Bom apetite!



Foto 1. Açorda en plato.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Pinchos e pintxos

A gastronomia da zona cantábrica é muito desconhecida em geral para o turista português. Da Galiza até ao País Basco, as gastronomias próprias são muito diferentes. Não é o mesmo a cozinha asturiana do que a basca, mas em geral compartilham-se alguns elementos comuns.

Quero hoje falar de uma tradição muito típica da zona como são os pinchos ou pintxos (caso estejamos no País Basco). Uma observação sobre a questão que é absolutamente necessária é precisar que o pincho NÃO é uma tapa como as que podemos ver em alguns lugares de Espanha. É outra coisa muito diferente. É um petisco elaborado de muitas formas que podem chegar até a categoria de arte.

O pincho ou pintxo pode ser degustado principalmente nas Astúrias, Cantábria, o País Basco e Navarra, se bem que há outras zonas que também oferecem como Burgos ou La Rioja. No entanto, é na região cantábrica onde atingem a sua máxima expressão.

É claro que não são todos iguais. Mudam conforme o lugar. Comecemos pelo País Basco. O País Basco é uma zona de passagem para muitos portugueses que vão caminho da França ou voltam. Portanto, com certeza sempre passam por Donostia/S. Sebastián, cidade na que o pintxo basco atinge a sua excelência.

O que achar? Delicie-se com um passeio pelo centro histórico, entre ruazinhas compridas e estreitinhas. Logo entre numa das numerosas tabernas ou tascas que lá podemos encontrar. Peça um vinho, de preferência txakoli (um vinho branco do País Basco, ligeiramente azedo) ou um vinho tinto de Navarra. O empregado de certeza dar-lhe-á um prato, caso queira provar um desses deliciosos pintxos que há no balcão. Não pense que pode enganar o empregado porque eles estão a contar os pintxos que as pessoas comem. É claro, ficaremos de pé, até porque estes estabelecimentos costumam estar sempre cheios e não há outra forma. O ideal é sempre fazer um percurso experimentando várias tascas. Não é barato, já que os pintxos custam, em média, 1,50 EUR, se bem que os preços podem mudar segundo o local e a qualidade e ingredientes do pintxo. É a melhor forma de entrar em contacto com a cultura basca e se comportar como um basco qualquer. O prato serve para pôr os diferentes pintxos que pretendamos comer. A variedade é imensa: do clássico pintxo de tortilha de batata até o pintxo mais sofisticado, com salmão, bacalhau, ovas de peixe, pimentos do "Piquillo" recheados com marisco, presunto ibérico, queijo Idiazabal, anxova, etc. Os produtos do mar e da horta estão sempre presentes como não podia ser de outra forma neste país. O ideal, caso pretendamos passar o dia inteiro na cidade, almoçar num restaurante e jantar pintxos à noite ou ao contrário. Sempre vamos encontrar muita animação nas ruas.

Exemplos de pintxos podem ser vistos no seguinte site, em espanhol, euskera (basco) e inglês onde até os pintxos apresentam a sua pontuação com indicação do pintxo e o estabelecimento onde este pode ser consumido:

http://www.todopintxos.com

Nas Astúrias, no entanto, os pinchos são totalmente diferentes. Apresentam muitas vezes a forma de uma pequena sandes com muita variedade também. Podemos encontrar o clássico de tortilha de batata, mas também o vegetal (pão de forma em dois pisos com fiambre e queijo, alface, tomate, espargos e maionese), lulas em polme, atum com maionese ou tomate, ovo estrelado com bacon, tortilha recheada (duas fatias de tortilha com fiambre e queijo e alface, tomate e maionese no meio), carne estufada, enfim... qualquer coisa que possa ficar numa bolinha pequenina de pão ou servir como acompanhamento. Neste caso é sempre preferível comê-los de manhã, quando saem recém feitos, porque à tarde é mais difícil encontrá-los, já que os estabelecimentos normalmente fazem para o dia até esgotarem o "stock", se bem que já há lugares onde fazem o dia todo no momento. São ideais para acompanhar com um café com leite quente numa manhã fria de inverno ou com um refrigerante ou cerveja no meio da manhã, de preferência entre as 10 e as 11 horas, que é quando normalmente se faz um alto no serviço. O preço é normalmente mais barato do que no País Basco, sendo que a maioria dos estabelecimentos cobram 1 ou 1,20 EUR/pincho.

Por tanto, quer visite as Astúrias ou o País Basco, não se esqueça: não deixe de provar os pinchos ou pintxos. Não se vai arrepender.

Ah! E bom apetite!

Foto 1. Pintxos típicos de Donostia/S. Sebastián.
Foto 2. Pincho de tortilha recheada das Astúrias.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Pementos de Padrón

Un dos pratos máis típicos de Galiza son os pementos de Padrón. Xa diz o dito: "Uns pican e outros non".

O pemento de Padrón é un pemento autóctono galego que é cultivado na área de Padrón, Herbón e o Salnés. É ideal para acompañar con outros pratos nunha terraciña no verán ou mesmo cunha cervexa fresquiña. Como todas as cousas, o pemento de Padrón espallouse por todo o mundo e agora calquer pemento é de Padrón, incluso cando é producido nun invernadoiro de Murcia ou de Marrocos. Eses teñen máis posibilidades de picar que os pementos de Padrón auténticos, dos cales só un 10% pican de verdade.

A forma tradicional de preparalos é moi sinxela e é como segue:

-Lávanse os pementos ben e sécanse.
-Nunha tixola con aceite de oliva ben quente, fritilos ben atá ficaren ben fritos.
-Aderezar con sal gordo e comer inmediatamente.

Bo proveito.

Pimientos de Padrón (cast.)

Para preparar bien los pimientos de Padrón, si es posible, comprar pimientos que sean de la zona. Si no puede ser será muy fácil que nos toquen muchos pimientos picantes. La forma tradicional, muy sencilla, es como sigue:

-Lavar los pimientos y secarlos bien.
-En una sartén se fríen con abundante aceite de oliva hirviendo hasta que queden bien fritos.
-Sazonar con sal gorda y comer inmediatamente.

Buen provecho.

Pimento padrão (port.)

Para preparar bem o pimento padrão, caso seja possível, comprar pimentos que sejam da região, já que caso contrário vamos encontrar, em geral, muitos pimentos picantes. A receita tradicional galega é muito simples:

-Lavar os pimentos e secá-los bem.
-Numa fritadeira com abundante azeite bem quente, fritar os pimentos até ficarem bem fritos.
-Temperar com sal grosso e comer de imediato.

Bom apetite!

Pimientu de Padrón (ast.)

Pa preparar el pimientu ye meyor compralo que seya de la zona porque si non, vamos atopar munchos que piquen. La receta, que ye muy sencillina, ye como sigui:

-Llavar los pimientos y secalos bien.
-Nuna sartén con aceite d'oliva asgaya, freílos hasta que queden bien fritos.
-Echa-y sal gordu y comelo desiguida.

Qu'aproveche.

Pebrot padró (cat.)

Per preparar el pebrot de Padró, comprar preferentment pebrot de la comarca. En cas de que no sigui possible, trobarem amb més facilitat pebrots picants. La recepta és molt senzilla:

-Renteu els pebrots i sequeu-los bé.
-Dins una paella amb oli d'oliva ben calent, fregiu-los fins que estiguin ben frits.
-Poseu un polsim de sal grosso i menjeu-lo a continuació.

Bon profit.

domingo, 27 de julho de 2008

Fechado por férias! / Cerrado por vacaciones

Bom, amigos. Chegou um momento muito esperado: as férias. É por isso que este blogue vai ficar em "stand by" pelo menos até Setembro. Espero voltar com energias renovadas e novas experiências culinárias. Entretanto, deliciem-se com as receitas ou as críticas realizadas. Experimentem alguma receita ou algum restaurante novo, de uma cozinha que não costumem frequentar. Talvez alguns possam chegar até serem "chefs" ou críticos gastronómicos. Quem sabe...!


Bueno amigos. Llegó el tan ansiado momento de empezar las vacaciones. Por eso este blog quedará en suspenso hasta principios de septiembre. Espero volver con las pilas cargadas y con nuevas experiencias gastronómicas. Mientras tanto, disfruten con las recetas o las críticas realizadas. Prueben a cocinar una receta o ir a un nuevo restaurante de cocinas que no suelen ir. Quién sabe si algún día se convierten en "chefs" o en críticos gastronómicos. Nunca se sabe, la vida es así...


Bono, amigos. Ye yá la hora de comencipiar eses tan deseyaes vacaciones. Ye por eso, qu'esti blog nun tará operativu fasta setiembre. Espero volver coles enerxies renovaes ya con nueves experiencies gastronómiques. Mientres, disfrutai coles recetes ya les crítiques realizaes. Probai a cocinar una receta o dir pa un restaurante nueu, desos de cocines que nun suelen dir. Quien sabe si dalgún día lleguen a ser "chefs" o críticos gastronómicos. Nunca se sabe, ¿nun ye verdá?

Bon, amics. Ès l'hora de començar les meves vacances. Per això aquest blog romandrà en suspens fins Setembre. Espero tornar-hi amb noves energies renovades i noves experiències gastronòmiques. En aquest temps, però, espero que gaudeixin de les receptes que n'hi ha i de les crítiques realitzades. Tenteu cuinar una recepta o anar a un restaurant nou, d'aquelles cuines que no hi anem gaire. Potser, qualque dia esdevenen "chefs" o crítics gastronòmics. Mai es sap...

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Gaspacho alentejano (Receta para castellanohablantes)

Mucha gente no sabe que el gazpacho se prepara también fuera de España. Si hubiera que buscar una receta verdaderamente ibérica, el gazpacho sería una de las más serias candidatas.

En la región del Alentejo, el gazpacho, allí denominado 'gaspacho', se prepara en un sin fin de variantes locales, "à moda alentejana". Como estamos en tiempos de verano, con el calor, este plato resulta muy refrescante, sobre todo cuando ahí fuera se sobrepasan los 40ºC.

Para los que les gusta hacer experimentos culinarios, ahí les dedico la receta del gazpacho hecho a la manera alentejana.

GASPACHO ALENTEJANO.

Ingredientes:

-200 g. de pan.
-3 tomates maduros de tamaño medio.
-1 pimiento verde pequeño.
-4 dientes de ajo.
-1/2 pepino.
-4 cucharadas soperas de aceite de oliva, preferentemente virgen extra.
-4 cucharadas soperas de vinagre.
-Orégano seco.
-1,5 dl. de agua muy fría.
-1 cucharada sopera de sal gruesa.


Preparación: Pise los dientes de ajo con la sal, preferentemente en un mortero. Escalde y pele un tomate, retirando las pepitas y convirtiéndolo en puré. Mezcle estos ingredientes hasta que queden como si fuese una papilla homogénea y échelos en el fondo de un recipiente. Riegue con parte del aceite, el vinagre y orégano seco que echará deshaciéndolo con las manos.

Corte el tomate restante y el pepino en cubos pequeños y el pimiento en tiras pequeñas también. Introdúzcalo dentro del recipiente junto con el aceite restante y el agua helada. Finalmente corte el pan en rebanadas y luego deshágalo en pequeños pedazos juntándolo con la sopa.

Nota: El gaspacho puede ser acompañado con unas virutitas de jamón serrano, huevo duro, etc.


Y ahora, ¡qué aproveche!

Foto 1. Plato de gaspacho alentejano.

Restaurante "Poço do Chorão"

No Alentejo mais profundo, encontramos na Amareleja, um simpático restaurante alentejano chamado "Poço do Chorão". É um restaurante pequeno, próprio de estas aldeias alentejanas, mas que sabe conjugar o bom gosto com a simplicidade.

NOME: Restaurante "Poço do Chorão".
ENDEREÇO: Rua Poço do Chorão, 15
LOCALIDADE: Amareleja (Moura), Baixo Alentejo, Portugal.
TIPO DE COZINHA: Cozinha alentejana, onde destacam os pratos de carne.
VALORAÇÃO: 13/20
PREÇO MÉDIO: 15-18 EUR/pessoa.
CARTÕES: Multibanco.

Trata-se de um restaurante com uma decoração em estilo rústico, na que destacam os tectos, de tijolo, formando abóbadas de aresta, o que dá ao lugar um charme especial. As mesas e o balcão condizem com esta decoração.

Quanto aos pratos, há pratos de peixe e de carne, entre os que destacam o Bacalhau espiritual ou os Filetes de Pescada com recheio de camarão e molho de marisco. Mas é na carne, como não podia ser de outra forma, que o restaurante atinge os seus níveis máximos, com os imprescindíveis Secretos de Porco preto grelhados o Lombo de Porco com amêijoas ou os Lombinhos de Porco em massa folhada com recheio de cogumelos estufados. Este prato, concretamente, vem a ser uma espécie de bolo de massa folhada na que o porco e os cogumelos esperam ansiosamente por serem comidos, numa combinação de tradição e modernidade.

Os preços não são especialmente caros, sendo que os pratos de peixe ficam entre os 8-10 EUR em média e os de carne entre 9-12 EUR. O restaurante resulta uma boa escolha para quem deseja desfrutar de uma cozinha popular sem extravagâncias nem pretensões, mas com uma boa qualidade e um ambiente aconchegante.

Já no que respeita à região, resulta um ponto de partida interessante para ver a própria aldeia da Amaraleja e a nova central solar, a vizinha barragem de Alqueva, a vila de Moura, sempre interessante, ou outras aldeias alentejanas como são Safara ou Sobral da Adiça, onde o tempo parece não haver passado...


Foto 1.
Restaurante "Poço do Chorão"
Foto 2. Vista geral da Amareleja.

"Comporta Café" Restaurante-Bar

Não. Não abandonei o blogue, meus caros amigos. Estive muito ocupado com outros assuntos que não podia adiar. Mas este blogue sempre continuou no meu coração. Se bem que agora com as férias sempre há uma tendência a não fazer nada, vou tentar que, a partir de Setembro, haja mais regularidade.

O restaurante de hoje é o "Comporta Café" Restaurante-Bar. Está situado na Praia da Comporta, no final da Península de Tróia. Os acessos mais comuns são dois: bem a partir de Setúbal, apanhando o ferry até Tróia com a Atlantic Ferries (9,50 EUR/carro e condutor, 2 EUR pessoa) e daí até à Comporta, bem chegando até Alcácer do Sal e daí tomando a direcção da Comporta.

O charme desta região e que se trata de praias virgens e ainda não sujeitas à degradação do ambiente por um uso turístico intensivo. Além do mais, as praias são extensos areais sem interrupção onde a água, se bem não está assim tão quente como no Algarve, também não está fria, e é uma delícia tomar banho lá.

O "Comporta Café" está situado mesmo na praia, no acesso principal. Há um estacionamento pago (3 EUR/carro; 4 EUR feriados e fins-de-semana) e a partir daí uma passadeira em madeira sobre uma paisagem dunar que chega até este restaurante e o seu mais directo competidor "Ilha do Arroz". Trata-se de uma casa em madeira onde a decoração usa fundamentalmente a madeira, dando-lhe um charme especial entre o estilo marinheiro e um estilo mais fashion na onda das novas tendências do design onde não faltam pormenores como espelhos, tecidos pintados, velas e candeeiros forjados.

A ficha técnica é a seguinte:

NOME: Comporta Café Restaurante-Bar
ENDEREÇO: Praia da Comporta
LOCALIDADE: Comporta (Grândola), Alentejo Litoral, Portugal.
TIPO DE COZINHA: Cozinha portuguesa, com especial ênfase nos peixes, mariscos e arroz.
VALORAÇÃO: 16/20
PREÇO MÉDIO: 35 EUR/pessoa.
CARTÕES:Os mais habituais.

As mesas são em madeira, assim como as cadeiras, num estilo que lembra as mesas e cadeiras de jardim. As refeições apresentam-se ainda com um tapete tipo xadrez e pratos que combinam o tradicional com o design. O faqueiro apresenta as mesmas características.

Já quanto à qualidade da comida, tem de se dizer que é muito boa e, por isso, os preços também acompanham. No meu caso, optei por almoçar um Arroz de chocos na sua tinta e camarão. Considerei que não eram necesarios os típicos entrantes a não ser um queijinho de leite de ovelha com orégãos e azeite e umas azeitonas enquanto o arroz estava a ser preparado. Como acompanhamento ao arroz, tomamos um vinho branco "Marquês de Borba", colheita de 2007, que foi uma maravilha.

O arroz estava no seu ponto, assim como os chocos, as amêijoas e o camarão, tudo de primeira qualidade. O único senão era que havia sido temperado com uma pitada de sal a mais o que, nalguns paladares, podia ser motivo de queixa. Por comparação com outro arroz comido neste mesmo estabelecimento o ano anterior, uma das questões a salientar é, para além da pitada a mais de sal, o facto do arroz desta ocasião aparecer polvilhado com coentro, coisa que, como é costume no Alentejo, é muito habitual. Para quem não está acostumado pode não gostar e para quem, como eu, vive no Alentejo e está acostumado (ou até precisamente por isso) pode ser um ingrediente a dispensar.

A sobremesa foi um "Petit gatêau com bola de gelado de baunilha e molho de frutos silvestres". Tratava-se de um pequeno bolo de chocolate recheado com chocolate quente e com molho de chocolate no prato. Já o molho de frutos silvestres era um molho de frutos vermelhos onde até a acerola foi usada como elemento para enfeitar o prato. O prato destaca-se pelo facto de, apesar destes ingredientes todos, não ser excessivamente doce, o qual é para agradecer. O chocolate quente do recheio do bolo estava espectacular, muita bom.

Os preços do almoço foi consoante ao lugar e aos pratos encomendados. O arroz tinha um preço de 36 EUR, tendo en conta que foi servido em panela para duas pessoas, e a sobremesa foi também cara: 6,50 EUR. Mas são preços nos que há que ter em conta o lugar e os ingredientes. Sem vinho nem entrantes, o preço médio baixa bastante, até ficar pelos 22-25 EUR/pessoa, visto que o arroz pode ser acompanhado perfeitamente, por exemplo, com uma Água das Pedras. E a sobremesa pode também ser dispensada por alguns estómagos pouco acostumados a comer muitas quantidades.

O restaurante conta ainda com outros serviços que podem ser vistos no seu site em http://www.comportacafe.com , onde aparecem fotografias do lugar e tudo o relacionado com as actividades, contactos, etc. para quem estiver interessado.

Foto 1. Arroz de chocos na sua tinta e camarão.Foto 2. Petit gatêau com gelado e molho de frutos silvestres.